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Cantinho do Poeta Feliz (ao vivo em SP)

by Tiago Malta

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1.
De repente eu abri os olhos e todas as coisas mundanas e universais Começaram a olhar pra mim e me disseram: Hei, fala sobre mim, escreve sobre min. De repente eu não sou humano e sim um maquinário da arte De repente eu sou prepotente e orgulhoso, mas de repente não Então comecei a escrever um monte de bobagens Pra quem sabe alguém algum dia chame de arte.
2.
Primeira parte Os bares começam a funcionar: Ruas lotadas Seres humanos e outras criaturas Batuques de um lado Drogas por todos os lados, Todos os tipos. A bênção para o santo No outro lado as guitarras Fingimento de tudo de bom E articulo o processo Na esquina os carros e som mecânico Os policias passam Os punks no meio fio Os skinhead encostados nos muros As barracas diversas Os arcos da lapa Vivo na zona oeste Tenho que ir na zona norte Irajá, Guadalupe, vila Isabel Pois na zona sul eu já sei andar Vou de Santa Cruz pra Praça Mauá Big Field, Bunker, Mega Tom, Bugaloo, Sobradão, do Rock, Rato no Rio, Fun House e Tijolinho Roupas na moral pra tirar onda Feira de Itaipava, U2, Rua da Alfândega e Bolsa da Kipling A noite alta madrugada, gente falando, gente gritando, gente gargalhando, Sorriso falso. Todos os símbolos, ícones, e signos Todo tipo de prostituição, ferida solta, palavra solta. Segunda Parte Bares das ruas humanas Criaturas batucam de lado Todas as drogas da bênção As santas guitarras que fingem O processo articula a esquina O som do carro, “a Policia”! Passam os Punks a fio Skinheads em muros diversos Encostam-se barracas na lapa Vivo, conheço e ando Na balada da boate ao boteco Roupas pra ter madrugada No mercado das almas perdidas A noite nunca acaba
3.
4.
Mostre suas idéias meu amigo, Elas são sua vida e seu pilar; O que de real esta engajado, Levante a cabeça, se acalme e diga o que há. Quem quer ler um livro de poesia? Rasguem seus papéis parnasianos, Pois quando pede a conta o marciano Só temos como idéia, flor igual amor. Tem chiclete bola pra distribuir. Que tal um tonel-tonel para batucar? E vão perder dedo se pedem para eu fugir, Pois ainda tem muita adole-essência pairando no ar. E quando for o fim, o que tu vai fazer? Pedir desculpas pela vicio de rima pobre? Burrice! Pois as palavras são detalhe do acontecer, Defendo a minha idéia e tenho a ousadia de chamar de causa nobre.
5.
Onomatopéias correndo prum lado e pro outro Como se fossem na verdade Trombadinhas imundos que acabaram de cheirar cola, Contudo fora inspirado num filme pastelão (preto e branco). Refaço meu arsenal Exclusivamente feito de estalinhos E me preparo pro ataque. Redefinir o indivisível (esporadicamente rasteiro). Se me amordaçam Ou me acorrentam Só penso: -Que saco! Que falta de originalidade! Semeio palavras de ordem, Retruco e recebo aqueles tais louros, Gaguejo minhas idéias, Gaguejo mais ainda Por me apaixonar a toda hora. E toda hora sempre é a pessoa errada. Volátil e ardente é estratégico A conduta por solvente Entre brisas cintilantes De um começo de dia Onde mau respiro E quase piro Ao aspirar o volátil e ardente Que sai da minha garrafinha de solvente Não ideal, mas um STOP, Para a minha ansiedade Que arrebenta minhas costelas Resmungando Minha falta de sorte E meu medo da mudança Que é dissipado às vezes Pois é volátil e ardente Minha paixão pelo solvente Que mata essa lembrança Que distorce meu equilíbrio Pois não mais a esperança Mas quando eu pinto, é meu amigo, Volátil e ardente É meu paninho pro solvente Sempre na minha bolsa onde quer que eu vá Estará sempre à mão caso eu vá precisar.
6.
Queima, queima, queima, queima, queima, queima a cidade! Ascende à tocha, bota fogo bem na avenida, Distraído para a morte ele tava ali, E eu babaca que eu sou eu tive pena dele E quando dei por mim meu peito tava aberto Ele pegou o seu serrote e rasgou meu externo Agora eu fico aqui sangrando... Queima, queima, queima, queima, queima, queima a cidade! Eu taco fogo eu jogo bosta nas igrejas, Tento dar fim à nossa sanidade Pois bobiei e tiraram o meu chão Hoje bato cabeça grito forte, e toco piano Limpam a bunda com os papeis Que tinham os meus planos! Agora eu sou o rei em cima dos cacos de vidro Degolam o meu filho antes de ter nascido Faço das minhas tripas coração Da rodoviária retiro samba canção. Eu mato Alice com um tiro bem na testa Percebo a merda e me escondo na floresta, E os dragões me perseguem e queimam a mata Para ver se volto para cidade e enfrento a suástica. Queima, queima, queima, queima, queima, queima a cidade! Explodo trens derrubo carros com minha bazuca Envelheço, bebo Scott, e jogo sinuca, Sou escrachado, sou nocivo e irreverente, Desafio à depressão mostrando os meus dentes E quando morrer lá de cima vou assistir Esta merda de cidade auto se destruir! Choro baixinho, grito de dor, Eu toco um lamento, depois vou expor... Choro baixinho, grito de dor, Tomo meu vinho, pois o som acabou. Prólogo: Vou fazer minha viagem pela estrada de tijolos a amarelos, e quando chegar no mágico de Oz vou pedir que me bote um Cyber implante, um cotovelo biônico para nunca mais sentir dor nele... Não existe lugar melhor que nossa casa, não existe coisa mais falsa que nossa vida, não existe inconstância maior que nossos planos.
7.
De bolado pra bolado, Qualquer coisa vale, Só não vale o que passou da validade, O que parou pra poder virar do avesso E o pior é que conseguiu; Meio que pra fora, Maio que de lado, Meio torto: Avesso como ninguém. O contra mão, rotina e incidência Suplicas por ser tão desconexo a mim mesmo Somália, Inglaterra e Brasil! Amalgama da besta que pariu. E após esta alegoria Que poderia chamar de analogia, chegamos a uma conclusão: -Só tem graça beber, se puder cai no chão.
8.
A Praga 01:17
Já foi verme, mosca, barata, Gafanhoto, rato, morcego. Gripe, cólera, HIV, E até homem foi. Parou, olhou prum lado, Olhou por outro, E atravessou, Atravessaram-lhe, Quase foi morto. Se tem fome, e se tem sede, Que seja. Ele vai a geladeira, E mata quem esta lhe matando. A praga não paga A entrada duma festa pagã, E pega a pulga pra pagar O pato, e a pata segura o pão. A face enferrujada Em cima da mesa, Deixou a lá pra que? Por que também devo-lhe deixar? Então às vezes ele é: Inveja, ignorância e solidão, O racismo, A violência, A desconfiança, Que é o dedo médio apontado a nós.
9.
10.
Ventre 01:42
Direi aos meus: - Esta bem, esta bem. - Vamos viajar. Tem escada caracol, Marfim caro, E bolsas cheias de nada. Ajoelhado no vaso Se vomita os problemas, Chorando por ter Que vomitar. Fada, ouça o meu pífano, Diga ao rei que fico, Mesmo que forem alcoólatras Todos à volta da masmorra. E no final Tenha vivido os seus problemas Intensamente Para que possa Ter vivido também as alegrias.
11.
É a tuberculose que se pega todo dia Ouvindo a musica que se cria na janela A inconstância renitente e a morte da idéia, Sei que todos descansam, Eu quero também. A manifestação vai passando, mas nem parece, e até parece Carnaval Com suas fantasias eles tentam se exibir e essa nova doença é minha também. Vou rolar os dados, qual é sua classe de armadura? Tire 10 pontos de vida. Continuando a Aventura que vejo todo dia debruçado na sacada. Agonizando de dor No palácio da justiça. Pega o emplastro e vem cuidar de mim, Seja sempre minha mulher maravilha Me acompanhando na inconstância renitente. Abone minhas faltas, Conserte meu relógio, Oi tudo bem, como tu estas? Eu te adoro, você é D+ Por isso eu prego a morte da idéia. Os manifestantes vão passando, Vou rolar os meu dados, Estou agonizando de dor Então abone minhas faltas, Se todos descansam eu quero também. Eles vão se exibir, Eu continuo a aventura. Seja sempre minha Pois eu te adoro você é D+. Abone minhas faltas... É a Tuberculose que se pega todo dia, Mas nem parece e até parece carnaval. Qual é a sua classe de armadura? E se há morte da idéia, Essa nova doença é minha também. Vou rolar os dados No palácio da justiça E continuando a aventura (Só a inconstância renitente), Mas se todos descansam eu quero também.
12.
Havia um poeta chato e careca no meio do caminho No meio do caminho havia um poeta careca e chato Então um dia um anjo torto que jogava RPG comigo falou: - Ti (É assim que meus amigos me chamam) - Ti, eu me decepcionei com aquele girino mineiro e não ganhei meu par de assa 2.000 Ultra plus. Então salva o meu nome Ti e vai ser gauche na vida... Bem, e aqui estou eu. Tentando essa budega!!!
13.
Começa sempre quando tem o "q" de termina Cinza que compõe o seu semblante Eu fico no ar, e duvido de tudo Como se tivesse chovendo Como se tivesse valendo e desta vez fosse a Vera Em dias nublados oscilando ao sol quente rachado E de menta na boca às vezes se adormece no banco do ponto de ônibus Mas se bem que se sabe que alguns já se mataram por ai Que no final da noite que nuca acaba e emenda dia após dia Vale tudo entre os vários Rios que habitam o grande Rio de Janeiro Com suas esquinas pitorescas Pessoas viajando pra esquecer Esquecem do motivo da viajem Pega as mochilas de acampar retoma ao ponto de partida Pernas que não queriam obedecer este estúpido caminhante Que se perde por ai e nem percebe as possibilidades Às vezes no silêncio longínquo se ouve os anzóis sendo puxados Pescadores de uma comunidade brejeira que resiste aos subúrbios intermináveis Subúrbio que alimentam os homens de papel e açúcar Mil perdões por fazer poemas tão grandes é que a noite não termina Ela emenda dia após dia às vezes percebo um surto das trevas Com toda certeza meu amigo a noite só acaba quando esgota a cachaça E como cria do inferno solto no mundo escorregando em casca de banana, só pra chamar tua atenção] Faz verso como escapismo do tédio infinito E não sente nem de longe o cheiro da tristeza (só às vezes) Pois agora tapa as orelhas como mula que empaca em dia de toró.
14.
Quero que minha arte grite ao seu ouvido quando estiver dormindo E ressoe fazendo eco dentro dessa cabeça oca, colocando não palavras de ordem para uma suposta e conspirada lavagem cerebral.] Quero só um verbo acompanhado de um pronome pessoal do caso obliquo -Liberte-se Assim dominarei o mundo sem impor a ditadura das leis e sim meu anarquismo comportado, contudo, escrachado.]
15.
Ruído Final 03:45

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Registro da Apresentação de Tiago Malta no MAC Ibirapuera durante o ENCUN 2014, no dia 7 de Novembro de 2015. O trabalho apresentada foi o Cantinho do Poeta Feliz.

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released January 31, 2015

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Tiago Malta Rio De Janeiro, Brazil

Sou um Poeta carioca (suburbano quase caipira), que sei discotecar por goró (de bico seco não faço e por dinheiro não tem graça), multi-instrumentista (sem talento pra tocar qualquer instrumento, mas por muito esforço toca um monte), formado em Psicologia (gestalt-terapeuta), com curso tecnico de raio-x e percussão, mas que ganha vida como Gestor Ambiental e compondo trilhas sonoras para games. ... more

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